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sexta-feira, 27 de setembro de 2013

TRABALHO ANÁLISE DA FORMA




A REITORIA DA UFU:
SINTAGMA E PARADIGMA






Ana Beatriz Miquelutti de Oliveira
Graduanda em Arquitetura e Urbanismo - UFU / Uberlândia - anabiaoliver@ig.com.br
Gabriela Caetano Buiatti
Graduanda em Arquitetura e Urbanismo - UFU / Uberlândia - gabriela_buiatti@hotmail.com
Karen Moreira
Graduanda em Arquitetura e Urbanismo - UFU / Uberlândia - kah.m@hotmail.com
Larissa Oliveira Castilho
Graduanda em Arquitetura e Urbanismo - UFU / Uberlândia - larissa.ocastilho@gmail.com
Thaís Scharf
Graduanda em Arquitetura e Urbanismo - UFU / Uberlândia - thais.scharf@hotmail.com




RESUMO:
            O artigo aqui trabalhado tem como objetivo expor uma análise realizada acerca do bloco da Reitoria, localizado no Campus do Santa Mônica da Univesidade Federal de Uberlândia, estudando suas relações com o restante dos blocos, espaços e fluxos do campus e seus arredores.
            São tomados como base para a análise aqui descrita os conceitos de sintagma, apresentados por Saussure em sua obra “Curso de Linguistica Geral”. Conceitos estes, aplicados ao contexto arquitetônico e então utilizados como fundamentos para o estudo do bloco em sua forma particular, juntamente com a forma como o mesmo se insere no contexto de todo o campus, relacionando-o não apenas com os demais blocos, como também com as áreas de maior fluxo e/ou concentração de alunos, além da relação com as entradas, saídas e a com a área externa do campus. E, por fim, as consequencias diretas que tais relações causam no espaço e o efeito delas sobre aqueles que frequentam o campus com os mais diferentes objetivos, sejam eles estudantes, professores ou outros funcionários no geral.

Palavras-chave: sintagma, arquitetura, relações, fluxos, análise.

ABSTRACT:
            This article aims to expose an analysis about Rectory’s block, located on Santa Monica’s campus from Uberlândia’s Federal University, studying its relations with the rest of the blocks, spaces and flows around the campus and its surroundings.
             Was taken as the basis for the analysis described here the concepts of phrase, presented by Saussure in his "Course in General Linguistics". These concepts were applied to the architectural context and then used as a foundation for the study of the block in its particular form, along with how it fits into the context of the entire campus, linking it not only with the other blocks, but with areas of increased flow and / or concentration of students and the relation with the inputs, outputs and with the external area of ​​the campus as well. And finally, the direct consequences that such relationships cause in the space and their effect on those who attend the campus with many different goals, being they students, teachers or another employees in general

Keywords: phrase, architecture, relationships, flows, analysis.

1. INTRODUÇÃO
Considerando a importância de conhecer mais a fundo as dependências do campo Santa Mônica, especificamente a Reitoria, o seguinte artigo analisa como este bloco, que é o destaque do estudo, se insere e dialoga com os demais.
Busca-se destacar e compreender a relação estabelecida entre a Reitoria e o público, seja este alunos, funcionários ou a comunidade.

2. REFERENCIAL TEÓRICO-CONCEITUAL

    Segundo alguns capítulos do livro ‘‘Curso de Linguística Geral’’ de Ferdinand de Saussure, utilizado como referência para a análise da Reitoria e sua relação com o Campus Santa Mônica, para a qual se faz uso principalmente das relações sintagmáticas explicitadas na obra de Saussure.
   Considerando a colocação do autor sobre os caracteres da língua, em que uma imagem auditiva vem associada à um conceito, poderíamos supor então que à  arquitetura, está igualmente agregado um conceito, o qual, no caso da Reitoria, pode ser o poder, ou a hierarquia, que se pretende impor sobre o Campus e os estudantes. E assim como a língua é um sistema de signos que exprime ideias, e que não está completa em nenhum indivíduo, e somente na massa ela existiria de modo completo, a Reitoria, expressa diversos significados e reflexões, que fora do contexto do Campus não teria tantas definições e mensagens subentendidas em sua implantação, ou se houvesse estas seriam completamente diferentes.
   O sintagma são as relações baseadas no caráter linear da língua, afastando a alternativa de se pronunciar dois elementos ao mesmo tempo, em que a frase é um sintagma, uma vez que este se aplica tanto às palavras como ao conjunto delas. Direcionando á arquitetura, pode-se declarar que Campus Santa Mônica seria uma frase, e cada edificação seria uma palavra, que ao se analisar o conjunto há determinados tipos de relações e interpretações que podem ser retiradas do mesmo, e que isoladamente geram combinações mais específicas. Deve-se então analisar como a configuração de cada edifício influencia na composição do conjunto, assim como refletir como a totalidade é vinculada aos fragmentos. ‘‘Não basta considerar a relação que une entre si as diversas partes de um sintagma (por exemplo, contra e todos em contra todos, contra e mestre em contramestre); cumpre também levar em conta o que liga o todo com as diversas partes (por exemplo: contra todos oposto, de um lado, a contra, e de outro a todos, ou contramestre oposto, de um lado, a contra e de outro a mestre)’’(SAUSSURE FERDINAND, 2006, p. 144). 

3. MATERIAIS E MÉTODOS
Para analisar a análise mais elaborada da relação entre a Reitoria e o restante do Campus Santa Mônica foi necessário conhecer cada parte do mesmo.Para isso realizamos uma deriva no qual podemos analisar cada bloco separadamente e suas características, bem como o material e técnica construtiva.
Buscou-se relacionar as diferenças e semelhanças entre eles, extraindo pontos positivos e negativos.
Para isso o material utilizado foram fotos dos blocos e análise do grupo, além do texto referencial sobre  sintagma e paradigma de Saussure em sua obra “Curso de Linguistica Geral”.

4. DISCUSSÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS
A análise feita no campus da Universidade Federal de Uberlândia, teve como objetivo observar a Reitoria do Campus Santa Mônica, o modo como esta se insere no campus e sua relação com os demais blocos, com o entorno e estudantes.
Baseado no conceito de ‘sintagma’ ou seja, a ‘frase’, o contexto no qual se insere o prédio da Reitoria, foi preciso então,  analisar primeiramente o contexto, o entorno, para que depois esta pudesse ser entendida.
No Campus Santa Mônica é possível identificar certas características que são comuns entre as construções, como os tijolos à vista, o desnível entre o pedestre e a entrada do bloco, os elementos de proteção solar e os pilares e vigas aparentes.
Porém, também há elementos que saem do padrão como no bloco 1J, no qual está anexado o Banco do Brasil, os blocos 3M e 3D, embora mantenham a linguagem de tijolos à vista, possuem elementos coloridos, com uma linguagem bastante diferenciada.
Tal diferenciação, também pode ser notada no Restaurante Universitário, R.U., com paredes desenhadas e coloridas, mesmo com linguagens fora do padrão, um bloco sempre se liga com o outro por um elemento ou forma, é o que acontece com o Centro de Convivência, C.C., e o novo Complexo Esportivo, que possuem características diferentes dos demais, porém semelhantes entre si, curiosamente, esta nova linguagem é usada para edifícios ligados ao lazer, o que pode ter sido intencional, como forma de identificação, diferenciação dos blocos.
Os prédios da engenharia possuem uma aparência distinta à primeira vista, contudo, após uma análise mais elaborada, percebe-se que o desenho das janelas e a marcação de vigas e pilares são elementos que remetem a muitos dos outros blocos presentes no campus.
A Biblioteca tem uma linguagem ímpar, tanto como forma, quanto aos tratamentos da fachada, mesmo estando em local, de certa forma isolado, gera um intenso fluxo de pedestres por todo o campus, por ser um edifício frequentado por todos e por estar localizada próxima a uma das entradas da Universidade.
O bloco 3Q, também apresenta os mesmos materiais dos demais blocos, porém com uma linguagem diferente.
Distingue-se claramente no campus, uma separação entre os blocos mais antigos e os mais novos, estes, possuem brises, elementos comuns aos mais antigos, porém com desenho diferenciado, mais moderno, o acesso aos blocos mais novos, se faz a nível do pedestre, o que o torna mais acessível.
Assim, sendo, com o entendimento do contexto em que se insere o campus, é possível observar a Reitoria, objeto deste estudo, e entendê-la melhor.
A Reitoria é um edifício totalmente diferente dos demais, tanto como forma, detalhes e materiais de acabamento, quanto como a implantação, porém, há um elemento que a une aos demais blocos, os brises, estes presentes em quase todos os blocos da faculdade, mesmo que com diferentes desenhos, também se encontram neste edifício tão particular.
Esta, encontra-se com implantação voltada para a rua, as escadarias que antecedem a entrada principal, são uma figura de imponência, como se intimidassem o acesso e também demarcando o território da pessoa mais influente da Universidade, o Reitor.
É concebida para ser vista de longe, possui uma vista privilegiada para a rua.
Pode-se relacionar também as diferentes tipologias presentes no campus Santa Mônica com o fluxo de carros e pessoas consequentemente. Assim, os blocos mais antigos estão próximos as principais entradas do campus, Av. Jõao Naves de Ávila, e Av. Segismundo Pereira e em consequencia disso são ruas mais arborizadas.
Ao se analisar a biblioteca pode-se perceber que ela está fora dos principais fluxos, porém ainda assim apresenta maior movimento de pessoas se comparada a Reitoria, pois esta possui uma maior relação com os alunos; já a Reitoria está fora do fluxo o que pode-se pensar que seja realmente a intenção de não ter uma relação próxima com os alunos.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

            A análise feita no campus Santa Mônica, da Universidade Federal de Uberlândia, despertou muitas reflexões, antes inimagináveis, é curioso como a forma de um edifícios, sua arquitetura, materiais e implantação podem ter tantos significados.
Foi de grande importância, que tal análise tenha sido feita com base no sintagma, pois o contexto a que a Reitoria está inserida, faz toda a diferença para que esta possa ser entendida.
Assim sendo, pode-se concluir, que a Reitoria foi então pensada para intimidar, não para ser um local acessível, sua imponência é transmitida desde o primeiro olhar lançado ao edifício, é como se quisesse ser vista, mas não acessada, como se fosse concebida para ser intocável.


6. REFERÊNCIAS:
SAUSSURE, Ferdinand de. Curso de Linguística Geral. Ed. Cultrix. São Paulo, 2005.

BARTHES, Roland. Elementos de Semiologia. Ed. Cultrix. São Paulo, 1977.




Anteprojeto: HABITAR SOCIAL COLETIVO

Link para acesso à apresentação

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

terça-feira, 6 de agosto de 2013

ARTIGO: ''O Eu e os Outros''


Análise da Exposição ‘‘O Eu e os Outros’’-
João Paulo Machado









Ana Beatriz Miquelutti de Oliveira
Graduanda em Arquitetura e Urbanismo - UFU / Uberlândia - anabiaoliver@ig.com.br
Gabriela Caetano Buiatti
Graduanda em Arquitetura e Urbanismo - UFU / Uberlândia - gabriela_buiatti@hotmail.com
Karen Moreira
Graduanda em Arquitetura e Urbanismo - UFU / Uberlândia - kah.m@hotmail.com
Larissa Oliveira Castilho
Graduanda em Arquitetura e Urbanismo - UFU / Uberlândia - larissa.ocastilho@gmail.com  
Thaís Scharf
Graduanda em Arquitetura e Urbanismo - UFU / Uberlândia - thais.scharf@hotmail.com  










RESUMO:
         Este artigo tem como objetivo expor as analises e reflexões a cerca da exposição da obra ‘‘o eu e os outro’’, do artista João Paulo Machado, que esteve aberta a visitações no Museu Universitário de Arte de Uberlândia, no período de 13 de maio a 21 de junho de 2013. Serão abordadas questões referentes à área de estudo da semiótica, que é um campo que estuda as formas como o individuo transfere significado as coisas que estão ao seu redor, e interpreta os diferentes signos e linguagens utilizadas para a transmissão de informações, assim como as divergências em relação à utilização dos termos semântica, que está relacionado ao estudo do significado, e estética,, que envolve os fundamentos da arte. A partir do emprego de um referencial teórico-conceitual indicado, serão apresentadas as possíveis sensações e impressões obtidas em um primeiro contato com a obra em questão, sem o prévio conhecimento das intenções do autor na realização da mesma, com o objetivo de posteriormente analisar se o método e o ambiente criados para a transmissão da mensagem, condizem com o pensamento e a intenção do artista à cerca das reações e percepções esperadas pelo mesmo, e se a intuito da obra foi compreendido. Ao final haverá a apresentação das discussões e críticas à cerca da forma de linguagem escolhida, encerrando com as conclusões e proposições obtidas.


Palavras-chave: semiótica, arte, estética, estranheza, obra, análise.


ABSTRACT:

           This article aims to explain the analyzes and reflections about the exhibition of the work'' self and other,'' the artist João Paulo Machado, that was open to visitations at the Museum of Art University of Uberlândia, in the period of 13 May to June 21, 2013. It will address issues pertaining to the study area of semiotics, which is a field that studies the ways in which the individual transfers meaning things that are around you, and interprets the different signs and languages ​​used for the transmission of information, as well as differences regarding use of the terms semantic which is related to the study of meaning, and aesthetics, which involves the fundamentals of the art. From the use of a theoretical-conceptual indicated, will be presented the possible sensations and impressions gained in a first contact with the work in question, without the prior knowledge of the author's intentions in making the same, in order to subsequently analyze whether method and environment created for message transmission, consistent with the thought and intent of the artist about the reactions and perceptions of expected the same, and if the purpose of the work was understood. At the end of the presentation there will be discussions and criticisms about the way the language chosen, ending with conclusions and propositions obtained.


Keywords: semiotics, art, beauty, weirdness, work, analysis.


1. INTRODUÇÃO
             Para a apresentação da obra ‘‘o eu e os outros’’ exposta no Museu Universitário de Arte de Uberlândia, foi  criado um cenário que contribuiu com a transmissão da mensagem e do sentimento esperado pelo artista, sendo exibida em um cômodo com todas as paredes pintadas de preto, em que foram dispostos vários quadros de moldura também preta, com as mesmas dimensões e alinhados lado à lado. Nos quadros estavam diversos autorretratos fotográficos, que tem como base a utilização de uma máscara de látex, a qual tinha moldada a forma do rosto do próprio artista, João Paulo Machado, em que todas as fotografias foram tiradas através da câmera de um telefone celular, e com uso sempre da mesma máscara.
       João Paulo Machado tem como proposta para a realização de seu trabalho, o uso de autorretratos, que tem como princípio de criação a ideia desconstrução de uma identidade que contêm sentimentos, inquietações, paixões. Busca questionar a relação que o rosto e a simples aparência tem com a formação da identidade do indivíduo.
         O emprego da mesma máscara em todas as imagens, para o autor da obra, tem como intuito realizar diversas fotografias de si mesmo e de outras pessoas, em que a face real da pessoa fica oculta, fazendo com que as imagens se tornassem muito semelhantes, havendo apenas pequenos detalhes que diferenciassem umas das outras, como roupas e gestos, gerando a impressão e levando a pensar que parte da identidade do artista estivesse presente em cada um dos retratos, mesmo sendo de pessoas completamente diferentes.


2. REFERENCIAL TEÓRICO-CONCEITUAL
 Podemos perceber ao analisar a obra “o eu e os outros” que não se devem impor rótulos para as informações transmitidas. Pois, as primeiras impressões que tivemos ao olhar a obra pela primeira vez muitas vezes não condiz com a realidade e principalmente com a mensagem que o autor pretende passar ao público, como é o caso das sensações de repugnância e nojo.
 Segundo Roman Jakobson, autor do texto, existe diferentes tipos de funções da linguagem: referencial, conotativa, fática, metalingüística, emotiva e estética. Diante isso, pode – se relacionar algumas dessas funções à obra analisada. Referencial: o autor teve a idéia de trabalhar com o autorretrato depois de uma brincadeira com uma amiga no qual havia o fato de que um dia ele mesmo iria tornar – se um senhor ao envelhecer.
 É conotativo quando possibilita um sentido mais amplo e geral além de sua própria significação. Fática, quando estabelece a comunicação entre os diferentes participantes que utilizam de uma mesma característica (máscara). Emotiva: provoca diferentes sensações e impactos. Estética: usa um código de transmissão da mensagem diferente, atraindo a atenção das pessoas pelo estranhamento, pelo modo como é abordado.
             É importante ressaltar que a informação a semântica pode ser traduzida para outro código ou forma de linguagem sem alterar seu significado e seu sentido, contrariamente a estética, pois para esta cada meio de transmissão da mensagem contém sua especificidade e esta é fundamental para a interpretação da mesma.

            A obra nos possibilita diversas interpretações e reinterpretações, antes e depois de saber a intenção do autor ao passar a mensagem ao público. No entanto considera-se que não há uma mensagem única e definitiva. Os conhecimentos culturais, teóricos, e as diferentes experiências particulares de cada pessoa, irão gerar diversos entendimentos de uma essência artística.

3. MATERIAIS E MÉTODOS
             Para realizar a análise da obra “Eu e os Outros” foi primeiramente lido, para que fosse tomado como base, o texto de Roman Jakobson.
             Ao chegar à exposição, observando as imagens, uma variedade de sensações e impressões nos foram passadas, sendo as mesmas tomadas como ponto inicial da análise. “Medo”, “repulsa” e “angustia” foram algumas das primeiras palavras chave com as quais pudemos relacionar as imagens, levado em conta a forma como estavam organizadas, como eram fotografadas, além de seus tons e texturas.
             O passo seguinte foi tentar interpretar essas sensações, buscar descobrir qual foi a intenção do autor ao fazer os retratos e o que eles podiam nos passar. Neste ponto do trabalho várias possibilidades foram cogitadas e discutidas pelo grupo. Primeiramente as faces nos quadros foram relacionadas com fetos, devido ao fato de suas características faciais estarem escondidas e/ou destorcidas, além da paleta de cores que compunha o trabalho. Posteriormente notou-se a clara intenção do autor em esconder a face das pessoas, sendo a mesma sempre escondida ou desfigurada. Levando-se em conta a forma como o rosto se coloca como principal fonte de caracterização do ser humano notou-se que o trabalho provavelmente estivesse ligado à identidade humana geral e/ou individual do autor.
            E finalmente lendo as informações sobre a obra tornou-se possível fazer uma análise mais a fundo de todo o trabalho, relacionando-o com nossas primeiras impressões, análises e com o texto previamente lido.


4. DISCUSSÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS
O artista João Paulo Machado, tem como tema principal de suas obras o autorretrato, através deste trabalho, explora uma maneira inusitada de utilizar o tema.
Simultaneamente a identidade é construída e desconstruída, ao fotografar outras pessoas, as quais utilizam uma máscara de látex com as formas de seu rosto, consegue explorar a sua face em outros corpos.
            A desconstrução da identidade teve como início o fato de que ele, o autor, um dia iria envelhecer e se tornar o “ Seu João”, assim, buscou expressar as inquietações, sentimentos e emoções de cada pessoa e de si próprio.
           Embora com o rosto coberto, cada pessoa tem um diferencial, algo que lhe imprimi uma identidade diferente, seja pela posição, pela roupa ou pelo modo de segurar a máscara, as fotos possuem características particulares.
           O artista também se fotografou, porém, embora não use máscara, seu rosto aparece desfocalizado, de modo a ser impossível identificar perfeitamente seus traços.
           Ao utilizar uma câmera de celular para realizar o trabalho, garante que o resultado traga estranheza, pois não há perfeita clareza no que é fotografado, devido à provável baixa resolução da câmera utilizada, ao olhar cada um dos quadrinhos de foto, o observador reflete e pensa sobre o trabalho, há uma noção da existência de semelhança entre as fotos, porém, não se sabe ao certo de que se trata.
          Assim, o artista consegue despertar a curiosidade sobre o que é a identidade, o que cada um é, sente, deseja, e como ao mesmo tempo pessoas podem ser diferentes e parecidas por diversos aspectos, a (des)construção da identidade proposta por João Paulo, provoca discussões e reflexões, diferentes sensações, satisfazendo assim a intenção do autor.


5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
      A análise da obra “eu e os outros” pode gerar diversas interpretações e questionamentos, que podem ir além das interpretações do autor, João Paulo Machado. Para atrair a atenção das pessoas, ele utiliza a função estética através do estranhamento causado pelas fotografias.
       Pode-se concluir que o autor através da sua obra conseguiu transmitir sua intenção, assim como também consegue abordar uma discussão mais ampla sobre seu trabalho que através do autorretrato fotográfico tenta mostrar um lado envelhecido do seu próprio eu, mas sem que sua identidade real seja revelada. A máscara busca a desconstrução da identidade do autor, e de seus sentimentos que surgiram com o passar do tempo, angústias, dúvidas,etc. Também pode ser questionada a relação entre a aparência do indivíduo com a sua identidade; assim não é válido julgar a identidade do indivíduo apenas pela sua aparência, manias, já que cada pessoa tem uma história de vida diferente da outra, com vitórias, obstáculos e frustrações.

6. REFERÊNCIAS
COELHO NETTO, João Teixeira. A informação estética e a outra..In: Semiótica, Informação e Comunicação: diagrama da teoria do signo. Ed. São Paulo: Perspectiva, 2011.





domingo, 21 de julho de 2013

ANÁLISE INSERÇÃO URBANA / DENSIDADE

O exercício tem como objetivo inicial analisar diferentes padrões de implantação, estudando a relação entre a tipologia habitacional vertical e sua inserção urbana para entender os padrões da morfologia urbana estudada e sua densidade.

http://issuu.com/jessikafparreira/docs/exerc__cio02-api5

quinta-feira, 20 de junho de 2013

AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO: Morar em conjuntos habitacionais verticais hoje em Uberlândia



RELATÓRIO SOBRE A PESQUISA DE AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO
A APO (Avaliação Pós-Ocupação) foi realizada no dia 07 de Junho, durante a tarde, com céu azul.
Dois apartamentos foram entrevistados, houve tanto semelhanças, quanto discrepância nas respostas.
Entrevista 1:
O primeiro deles foi o Morador A, entrevistado às 14h20min, Técnico de Farmácia, com Ensino Médio Completo, faz parte de uma família nuclear (pai, mãe e filhos) com três moradores, renda acima de 1.200,00 reais e apartamento próprio, reside no Condomínio habitacional analisado desde 2010.
O principal motivo que o interessou no residencial, foi a conquista da casa própria, anteriormente, residia em uma coabitação (fundos), no Bairro Gravatás.
A família utiliza o ônibus como meio de transporte para se locomover até a residência, O morador A tem como hobby o futebol, conhece as áreas de lazer, o qual é realizado entre os blocos, porém não faz uso destas, deseja que seja implantado no Condomínio habitacional analisado, um salão de festas e equipamentos de ginástica.
Considera o transporte coletivo satisfatório, a saúde, totalmente insatisfatória, a educação e a cultura, insatisfatórias e o lazer, satisfatório.
Se sente feliz em relação ao bairro, e médio em relação à localização deste, nunca pensou sobre a beleza do bairro, mas acha-o agradável, mas abandonado, em razão dos terrenos baldios existentes e há muito lixo que não é retirado pela prefeitura.
Seu apartamento possui localização média em relação à cidade, grande distância do se local de trabalho (Bairro Umuarama), porém proximidade a serviços gerais. Para o Morador A, há pouca segurança contra roubos, a acessibilidade é média e a aparência externa do edifício é feia, considera os materiais utilizados na construção tanto do edifício, quando do interior do apartamento, como médios.
O tamanho do apartamento é considerado médio, com boa divisão e seus móveis de quantidade média, couberam parcialmente no local.
A privacidade é considerada razoável, tanto em relação aos vizinhos, quanto em relação aos outros moradores do apartamento, a iluminação é boa e a ventilação também, no verão a temperatura é média e no inverno, agradável.
Quanto aos ruídos externos ao apartamento, são considerados médios, tanto no dia, quanto na noite, já os internos, silenciosos em ambos os períodos, considera seu apartamento pouco decorado, e identifica-se razoavelmente com o espaço, mesmo assim, se adaptou muito a ele.
O apartamento, para o morador, é totalmente apropriado para dormir e descansar, apropriado ao lazer, médio para estocar coisas, estudar, cozinhar e se alimentar, pouco apropriado para receber pessoas e realizar a higiene diária e totalmente desapropriada para lavar roupa, já que a área para esta atividade é muito pequena.
A aparência interna é considerada média para todos os cômodos, exceto para a área de serviço, considerada feia. Já o tamanho, pequeno para todos os cômodos e muito pequeno para a área de serviços.
Há pouca privacidade, boa iluminação natural e ventilação de boa a média, a temperatura vai de agradável a média.
Entrevista 2
O segundo foi a respondente Moradora B, entrevistada às 15h10min, Atendente de Telemarketing, com Ensino Médio Completo, faz parte do grupo dos DINKS (casal com renda e sem filhos), porém, como está grávida, logo esta será uma família nuclear (pai, mãe e filhos), possui menos de 20 anos e renda familiar acima de 1.200,00 reais, o apartamento é alugado e reside no Condomínio habitacional analisado desde junho de 2013.
O principal motivo que a interessou no residencial, foi o fato de que o apartamento possui dois quartos, em razão de ter um quarto extra para seu filho, anteriormente, residia em uma casa alugada de somente um quarto, no Bairro Pampulha.
A família utiliza o ônibus como meio de transporte para se locomover até a residência, a Moradora B tem como hobby ir à igreja, conhece as áreas de lazer, o qual é realizado entre os blocos, porém não faz uso destas, deseja que seja implantado no Condomínio habitacional analisado, um salão de festas.
Considera o transporte coletivo insatisfatório, pois o ônibus demora a passar e são poucas, a saúde e a cultura, totalmente insatisfatórias e o lazer, médio.
Sente uma felicidade média em relação ao bairro, e totalmente excluída em relação à localização deste, para ela, o bairro tem beleza média, mas acha-o desagradável e com cuidados médios.
Seu apartamento possui localização ruim em relação à cidade, média distância do local de trabalho, porém proximidade a serviços gerais, para a Moradora B, há pouca segurança contra roubos, a acessibilidade é média e a aparência externa do edifício é feia, considera os materiais utilizados na construção do edifício como ruins, porém os do interior do apartamento como bons.
O tamanho do apartamento é considerado muito pequeno, com divisão ruim e seus móveis de quantidade insuficiente, poucos couberam no local.
A privacidade é considerada pequena, tanto em relação aos vizinhos, quanto em relação aos outros moradores do apartamento, a iluminação é boa e a ventilação também, considera a temperatura como agradável, porém como se mudou há pouco tempo não é possível analisar as diferenças entre as estações.
Quanto aos ruídos externos ao apartamento, são considerados médios no dia e muito barulhentos na noite, já os internos, silenciosos em ambos os períodos, considera seu apartamento bem decorado, e identifica-se razoavelmente com o espaço, mesmo assim, se adaptou muito a ele.
O apartamento, para a moradora, é apropriado ao lazer, trabalho, estudo, dormir e estocar coisas, médio para descansar, receber pessoas, cozinhar, e fazer a higiene diária, pouco apropriada para lavar roupa e totalmente desapropriada para alimentar-se.
A aparência interna é considerada bonita para os quartos e a cozinha, e feia para sala e área de serviços. Já o tamanho, médio para os quartos e muito pequeno para os demais cômodos.
Há pouca privacidade, boa iluminação e ventilação natural, a temperatura é agradável em todos os cômodos.
Quanto aos materiais, são de baixa qualidade, o edifício é de alvenaria estrutural e podem-se notar problemas como trincas e infiltração nas paredes externas, as esquadrias são de alumínio de baixa qualidade, já estando enferrujadas. Nas áreas de circulação, como escadas e corredores externos ao apartamento, o revestimento e feito em ardósia.
Uma grande reclamação é a falta de segurança, porém o Condomínio habitacional analisado conta com síndica, porteiros e há um projeto  para a instalação de câmeras de segurança, o que fez com que o condomínio subisse de 90,00 reais para 115,00 reais.
Conclusões do Grupo
Foi possível analisar melhor e perceber o quanto a planta das residências é problemática.
Embora organizada sem um corredor para circulação, e sim um pequeno hall, o que economiza espaço, os cômodos são muito pequenos, com grande dificuldade para compor um layout funcional, permitindo uma boa circulação e conforto simultâneos.
A área de serviços é o cômodo com maiores problemas, pequeno, integrado com a cozinha, não há espaço para estender as roupas para secar.
Embora não tão enfatizado pelos moradores, não há local para estocagens.
Quanto ao lazer, os moradores sentem falta de melhores equipamentos e diversidades, quando inaugurado, o Condomínio habitacional analisado possuía dois parquinhos (playground), os moradores, se mobilizaram e no local de um deles, construíram uma quadra de futebol.
Os prédios são implantados muito perto uns dos outros, o que gera bastante sombra e impede uma visão ampla pela janela, além de comprometer a privacidade entre os apartamentos, há uma péssima arborização, o paisagismo é criado apenas com gramado e alguns pequenos coqueiros, as árvores são inexistentes.
Assim sendo, o programa busca proporcionar melhores condições de moradia para o público de baixa renda, o que não acontece efetivamente, a planta dos apartamentos precisaria de maior metragem e melhor divisão, um projeto paisagístico mais adequado também garantiria maior satisfação dos moradores em relação ao local, e um local de lazer que atenda às necessidades e desejos dos moradores.


LINK APRESENTAÇÃO DE SLIDES:

http://issuu.com/jessikafparreira/docs/pesquisa_de_avalia____o_p__s-ocupa_